Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - A NOITE QUE ME CERCA; AUSENCIA/PRESENÇA; DESAGREGAÇAO
A NOITE QUE ME CERCA
Já é noite.
Nem uma janela,
Nem uma cortina.
Só noite,
A volta de mim.
Uma aragem gélida
Trespassa-me,
Na noite,
A volta de mim.
As árvores estremecem
Cabelos ao vento,
E tudo estremece
A volta de mim.
AUSENCIA/PRESENÇA
Estás ai,
Solitário e nostálgico.
Não falas!
Não sei se pensas!
Presumo que sim.
Pressinto que estás ausente.
Aliás, é teu apanágio!
Também é meu apanágio.
Estás sempre onde não estás,
Nunca estás onde te encontras.
Fixas o olhar no longe
E permaneces assim, a olhar,
Sabe-se lá para que sonho?
DESAGREGAÇAO
Poisou os olhos
Na brancura de cal
De páginas imensas.
Já se não recordava
Onde arrecadara a caneta,
E sua inteligência
Enlouquecera.
Pesava-lhe a mensagem de despedida,
A ausência de estrada,
E o tempo que passava.
Esquecera as palavras
Que quisera dizer
E, tudo se tornara impossível.
Fazer-se entender,
Era um horror!
Tudo se desagregara
Numa só noite,
Ou de repente,
Naquele minuto
Em que se apercebera
Que tudo era distante
E sem acesso.
Leia este tema completo a partir de 15/11/2010
A NOITE QUE ME CERCA
Já é noite.
Nem uma janela,
Nem uma cortina.
Só noite,
A volta de mim.
Uma aragem gélida
Trespassa-me,
Na noite,
A volta de mim.
As árvores estremecem
Cabelos ao vento,
E tudo estremece
A volta de mim.
AUSENCIA/PRESENÇA
Estás ai,
Solitário e nostálgico.
Não falas!
Não sei se pensas!
Presumo que sim.
Pressinto que estás ausente.
Aliás, é teu apanágio!
Também é meu apanágio.
Estás sempre onde não estás,
Nunca estás onde te encontras.
Fixas o olhar no longe
E permaneces assim, a olhar,
Sabe-se lá para que sonho?
DESAGREGAÇAO
Poisou os olhos
Na brancura de cal
De páginas imensas.
Já se não recordava
Onde arrecadara a caneta,
E sua inteligência
Enlouquecera.
Pesava-lhe a mensagem de despedida,
A ausência de estrada,
E o tempo que passava.
Esquecera as palavras
Que quisera dizer
E, tudo se tornara impossível.
Fazer-se entender,
Era um horror!
Tudo se desagregara
Numa só noite,
Ou de repente,
Naquele minuto
Em que se apercebera
Que tudo era distante
E sem acesso.
Leia este tema completo a partir de 15/11/2010
Cremilde, que belíssimos poemas! O impacto das sua palavras (oiço nitidamente a sua voz, calma e séria, ao percorrer estas linhas) ainda me toma. Uma calma intensa, próxima da revelação, me invade. Parabéns! Um grande abraço, Ilona
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