sábado, 6 de novembro de 2010

CORONEL FABRICIANO - 036 - Parafusos e Afrodite.‏- BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - 036 - Parafusos e Afrodite.‏- BENEDITO FRANCO

Luis Filipe, meu neto de nove anos:
- O Vô, estou torcendo pra Argentina, mesmo que a Argentina vai jogar com o Brasil. Eu gosto mais do futebol dela.
- Mas Luis Filipe, você tem que ser patriota. Tem que torcer pelo Brasil!
- O Vô... é futebol, Vô!... é futebol!
036 - Parafusos e Afrodite.

Ioga e Dops.

Cursava engenharia civil na cidade de São Paulo, curso noturno, e tinha como colegas o Elias e o Rodrigo.

Elias, mais velho, sempre cansado e com cara de cansado, além de sério e, apesar de bem barbeado, dava para notar que, deixando crescer, a barba seria bem espessa, aumentando ainda mais a cara de pai de família sisudo - pessoa ótima. Chegava muitas vezes atrasado às aulas, mas eu respondia ou assinava sua presença - o que ele e o Rodrigo correspondiam.

O Rodrigo, de temperamento mais aberto, alegre e sorridente, até mesmo um pouco moleque, mas bom amigo. Para ir às aulas, Rodrigo e eu, de quando em vez e alternadamente, pegávamos carona no carro de um ou de outro.

Elias constantemente me convidava para ir à sua casa para conhecer a família em Guarulhos, cidade às margens da Rodovia Dutra, na saída de São Paulo para o Rio. Dono de fábrica de parafusos - e parafusos especiais. Quando se referia à fábrica, desmentia-o:

- Mentira, Elias! Com essa cara de sono e essa cara de urubu cansado...

Ria, sem esboçar quaisquer reações de mau humor.

Um dia o Elias chegou com semblante aberto e sorridente:

- Franco, comprei uma máquina de fazer parafusos, custou-me Cr$ 75.000,00 (uma fortuna) e cospe um monte de parafusos por minuto.

- Mentira, Elias! Traga ao menos um para eu ver!

Leia este tema completo a partir de 08/11/2010

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