domingo, 7 de novembro de 2010

Ah! rio Araguaia! - Por Se Gyn

Ah! rio Araguaia! - Por Se Gyn

Ah, rio Araguaia! A imaginação que voa feito papagaios, rumo ao horizonte.
O horizonte que se estende depois do cerrado, entre as chapadas.
As margens nas quais meu coração não se estanca com as imensidões indomáveis e, se apacienta com a visão da outra margem (uma outra vida, depois da travessia).
E o vento que alimenta de graça o banzeiro, no afago diário de suas águas.

Estando aí, cessam em mim quase todas as bandeiras e divisas e, o que sei é que o meu território é tão curto em braças, quanto são longos os abraços que te estendo e, que pretendo é apenas gozar do espaço das praias e banhos, com os presentes.

E sempre que chego, em vez de ablução, quero a imersão completa em suas águas, para me batisar outra vez e, pedir que suas águas lavem de mim todo o ranço excessivo de identidade, ensinando-me a saciar também de alegria, silêncios e as horas que se sucedem.

Ah, rio Araguaia! Vale de sonhos rebuscados, leito de visões e versos, fundos de redomoínhos de alma e vida.

Vou de mala e cuia. A família vai inteira. E nos atiramos na estrada tão certo do que buscamos!.

Os corações vão cantando em uníssono dentro de uma canção emprestada e, as vontades inteiras, mal podem esperar, enquanto o carro atravessa a longa estrada, em que vai se descortinando o cerradão, morros e tabuleiros.

Entrando em teu grande vale, as vistas já descansam, e já sossegam as expectativas já sossegam no peito, sabendo que vc está logo adiante, majestoso e belo, nas suas sinuosas curvas, onde brotam as prais de areias brancas.

A beira da sua barranca, as minhas preocupações apenas se desvanecem, para que, eu me entregue sem resistência à paz da vista e das paisagens de cartão postal estabelecidas margem acima.

A ti entrego minhas prendas de respeito e amores. De ti, espero a glória de viver o extase destes poucos dias em que me abrigas tão bom, tão velho e doce.

Enquanto o barqueiro nos leva para uma praia rio acima, não quero ouvir mais do que o som do barco singrando as águas da corrente, enquanto vou avistando nas margens as garças e tracajás ao sol, abrigados em alguma raiz ou escolho, tão despreocupados que, pergunto se não se sentem ainda no instante seguinte ao da Criação.

Leia este tema completo a partir de 08/11/2010

Sem comentários:

Enviar um comentário