sexta-feira, 25 de março de 2011

Curtos - Por Emerson Wiskow - Quebra-Ossos; O primeiro dia de primavera; Alabama, chetchup, chicletes de hortelã.; Uma pequena história; James Dean

Curtos - Por Emerson Wiskow - Quebra-Ossos; O primeiro dia de primavera; Alabama, chetchup, chicletes de hortelã.; Uma pequena história; James Dean

Quebra-Ossos

Em um pequeno hotel no centro da cidade.
O cara que está tentando derrubar a porta é Joe Quebra - Ossos.
Os apelidos dizem tudo. Sempre dizem.
BAM! BAAMM!!
Enquanto ele bate na porta procuro minha arma. A merda é que deixei-a em algum lugar e não consigo me lembrar onde.
A porta estala, sofre. Eu ouço os potentes pontapés explodirem. Quebra - Ossos deve estar furioso.
A Moça me ligou em tempo para me avisar que ele viria.
«Onde está minha arma?!»
A Moça possui uma voz linda e suave. Lembra um beijo na primavera.
BBAAAMMMM!!!
Aqui, encontrei! Tenho vontade de beijá-la. E beijo.
BRUUUMMM!!!!
Quebra - Ossos explode através da porta como um tigre furioso.
Eu não gosto de sentir dor. E Quebra - Ossos adora causar dor.. Ossos quebrados, ligamentos sendo rompidos... Dor..., dor, dor...
Disparo em sua perna. Ele tomba e ruge. Eu aproveito e me mando.
Devo uma para a Moça.

O primeiro dia de primavera


Marcos serviu-se de mais um pouco de café. Estava calmo e sereno como um cão vira -latas tomando banho de sol numa manhã preguiçosa. Pela primeira vez em anos ele comia novamente ovos mexidos no café da manhã.
Marcos passou margarina no pão, depois deu uma dentada e bebeu um bom gole de café. No rádio o locutor anunciava um belo dia de céu limpo, sol e temperatura agradáveis. Ele sabia que era o primeiro dia de primavera. Era uma segunda-feira. Marcos olhou a passagem para o México e sorriu satisfeito. Ele tinha feito um bom serviço, mesmo sendo aquela sua primeira vez. O locutor continuou dando as notícias do dia e então Marcos se levantou e tirou da estação de rádio para colocar uma fita -cassete.
Ele gostava de ouvir Bach e naquela manhã ele achou-o especialmente fabuloso. Após terminar o café, Marcos fumou um cigarro, olhou através da janela e observou o dia iluminado lá fora. Uma grande e agradável sensação e bem-estar percorreu seu corpo. Marcos pegou a passagem sobre a mesa e entrou no quarto. Ele colocou algumas coisas numa velha mala, e antes de partir, deu uma última olhada na sua mulher morta sobre a cama.


Alabama, chetchup, chicletes de hortelã.


Alabama, chetchup, chicletes de hortelã. Passavam todas as imagens em minha cabeça. Todas e elas sumiram com a estalido que fez a porta do ônibus quando abriu. Alabama, eu me imaginava lá, tomando sol e vendo garotas sorridentes com bochechas rosadas. Todas correndo como doidas, felizes em irem a lanchonete para devorarem volumosos hot dogs com chetchup. Então entra aquela garota de pernas grossas, linda. A barriga da perna forte como aço, roliça. Entrou e parou na roleta. Fiquei ali olhando, observando suas pernas de seis da manhã, indo para o trabalho. Um trabalho que parecia ser fodido. Umas pernas daquelas, e eu só tinha chicletes de hortelã para oferecer.

Leia este tema completo a partir de 28/03/2011

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