Reportagem: Sexta Feira Santa no Bairro Português de Santa Cruz - Por José Martins - Banguecoque : Bangkuntien : Tailândia
A frontaria da Igreja de Santa Cruz virada para o rio Chao Praya (Praiá). Quem navegar pelo rio acima, depois de navegados uns cinco quilómetros a seguir à Missão Diplomática de Portugal, ao seu lado esquerdo, visionará uma cúpula com um cruz no topo. Recomenda-se a visita à igreja e dar um volta pelo bairro de vielas estreitinhas. Pode sem receio algum tirar fotos, visitar as «fabriquetas» caseiras de queques portugueses. E digam às pessoas ou crianças que é «portuguete» (nome porque é pronunciado na língua thai Portugal)... Vão gostar de as ouvir.
Há muitos anos que a minha Sexta-Feira Santa, o fim da tarde, é despendido no velho bairro português de Santa Cruz. Por norma visito-o umas três ou quatro vezes por ano. Faço o mesmo de quando em quando ao Bairro da Imaculada Conceição até porque tenho um especial carinho por aquele pequeno aglomerado populacional. Fundado pelos portugueses um século antes da caída de Ayuthaya nos anos de 1767. Ainda, e a pouco mais de duzentos metros da Embaixada de Portugal, há outro bairro luso de nome Senhora do Rosário.
Neste já não existe qualquer vestígio da permanência de portugueses e lusos tailandeses. Desapareceram e os bairros, como as pessoas, igualmente, morrem. Se não houver alguém que se debruce sobre a história e os conheceu ainda vivos a memória desaparece e os vindouros pouco ou nada ficam a conhecer sobre como eram os bairros e as gentes que por lá nasceram e lá fizeram as suas vidas.
Voltando e agora referindo-me mais uma vez ao Bairro da Imaculada Conceição que visitei há duas dezenas de anos pela primeira vez, portugueses ou luso-descendentes, naquele pequeno núcleo não encontrei alma que fosse ali residente. Mas achei o segundo livro, da paróquia, de assentos e nascimento, casamentos e óbitos e deu-me a certeza que o bairro da Imaculada Conceição é genuinamente luso. O primeiro livro de registo tinha desaparecido.
O segundo com muitas páginas amarelecidas e em péssimo estado de conservação consegui fazer-lhe cópias em papel A3.
Muitas horas perdidas, depois de copiadas as páginas e com muita paciência tornei aquele livro, com 375 páginas, legível.
Leia este tema completo a partir de 14/03/2011
A frontaria da Igreja de Santa Cruz virada para o rio Chao Praya (Praiá). Quem navegar pelo rio acima, depois de navegados uns cinco quilómetros a seguir à Missão Diplomática de Portugal, ao seu lado esquerdo, visionará uma cúpula com um cruz no topo. Recomenda-se a visita à igreja e dar um volta pelo bairro de vielas estreitinhas. Pode sem receio algum tirar fotos, visitar as «fabriquetas» caseiras de queques portugueses. E digam às pessoas ou crianças que é «portuguete» (nome porque é pronunciado na língua thai Portugal)... Vão gostar de as ouvir.
Há muitos anos que a minha Sexta-Feira Santa, o fim da tarde, é despendido no velho bairro português de Santa Cruz. Por norma visito-o umas três ou quatro vezes por ano. Faço o mesmo de quando em quando ao Bairro da Imaculada Conceição até porque tenho um especial carinho por aquele pequeno aglomerado populacional. Fundado pelos portugueses um século antes da caída de Ayuthaya nos anos de 1767. Ainda, e a pouco mais de duzentos metros da Embaixada de Portugal, há outro bairro luso de nome Senhora do Rosário.
Neste já não existe qualquer vestígio da permanência de portugueses e lusos tailandeses. Desapareceram e os bairros, como as pessoas, igualmente, morrem. Se não houver alguém que se debruce sobre a história e os conheceu ainda vivos a memória desaparece e os vindouros pouco ou nada ficam a conhecer sobre como eram os bairros e as gentes que por lá nasceram e lá fizeram as suas vidas.
Voltando e agora referindo-me mais uma vez ao Bairro da Imaculada Conceição que visitei há duas dezenas de anos pela primeira vez, portugueses ou luso-descendentes, naquele pequeno núcleo não encontrei alma que fosse ali residente. Mas achei o segundo livro, da paróquia, de assentos e nascimento, casamentos e óbitos e deu-me a certeza que o bairro da Imaculada Conceição é genuinamente luso. O primeiro livro de registo tinha desaparecido.
O segundo com muitas páginas amarelecidas e em péssimo estado de conservação consegui fazer-lhe cópias em papel A3.
Muitas horas perdidas, depois de copiadas as páginas e com muita paciência tornei aquele livro, com 375 páginas, legível.
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