José Varzeano - O Ensino Primário na Freguesia de Giões
O Administrador do Concelho, em 1845, transmite à Câmara, reunida em Sessão no dia 14 de Setembro, o manifesto e grande vontade que os habitantes da aldeia de Giões lhe transmitiram de mandar ensinar seus filhos, mas que sendo pobres na sua maioria, lhes faltavam os meios para pagarem ao mestre. Se a escola fosse do Estado e não tivessem de pagar, de boa vontade mandariam os filhos aprender a ler e a escrever.
Alvitrava por isso o Administrador que fosse pedida a «Sua Magestade humma Escola Régia» para aquela aldeia que tinha a população restante da freguesia a pequena distância. Aprovada a sugestão da Câmara, logo foi redigida a petição e enviada ao Governador Civil.
Parece não ter dado os resultados desejados pois a Junta de Paróquia em 20 de Agosto de 1854, pressionada pelos seus habitantes, volta a insistir no sentido de ser criada uma escola de ensino primário para aquela aldeia.
Em sessão camarária de 1 de Janeiro do ano seguinte «...foi lida e assinada a representação que a Câmara em sessão de 20 de Agosto último deliberou se dirigisse a Sua Magestade pedindo o estabelecimento de humma Escola Régia na aldeia de Giões».
Desta vez sim, os gionenses viram satisfeitas as suas aspirações e no Diário do Governo nº 92, de 20 de Abril de 1855, pode ler-se o seguinte:- Atendendo ao que me representou a Câmara Municipal de Alcoutim sobre a necessidade de ser criada uma cadeira de ensino primário na aldeia de Giões, daquele concelho; considerando quanto importa promover e difundir a instrução primária em um concelho, onde existem povoações distantes e separadas por serranias. Hei por bem, em Nome d’El -Rei, criar uma cadeira de ensino primário, primeiro grau, na aldeia de Giões. - Paço das Necessidades, em 7 de Março de 1855.
Estávamos no reinado de D. Pedro V com regência de seu pai, D. Fernando.
[Escola desactivada de Alcaria Alta]
A escola começou por funcionar em casa do prof. Joaquim Pedro Teixeira, mas como o número de alunos cresceu consideravelmente, passou em 1864 para a «casa da Fábrica destinada à residência do sacristão,» funções que o mesmo professor acumulava. A casa tinha 6,86 m de comprimento, 3,47 de largura e 2,30 de altura, sendo frequentada por vinte e dois alunos.
Na sessão da Câmara de 11 de Agosto de 1883 é deliberado, por ser de grande utilidade pública, pedir a criação de uma escola de sexo feminino para esta aldeia. Entretanto, o vereador da Câmara, António Joaquim Teixeira, é nomeado professor interino em Giões.
Em 1887 a Câmara insiste na criação da escola feminina mas os gionenses só vêem esta sua aspiração concretizada após a implantação da República. Na sessão camarária de 13 de Março de 1911 é deliberado criar uma Escola feminina em Giões, onde havia, segundo o recenseamento, 67 crianças do sexo feminino.
[Antiga Escola de Farelos]
Em 1929 a escola masculina funcionava numa casa de João Gomes Delgado a quem a Câmara pagava a renda anual de 48$00.(1)
Na vigência do Estado Novo foi pedida a criação de dois postos escolares (1934), um em Alcaria Alta (2) e outro em Clarines/Farelos (3), mais tarde transformados em escolas, sendo mesmo construídos edifícios para o efeito, isto na década de sessenta.
A escola de Farelos encerrou por falta de alunos em 1988 e o mesmo já tinha acontecido à de Alcaria Alta.
As poucas crianças existentes passaram a ter escola na sede de freguesia onde se havia construído um edifício, presumo que na década de sessenta.
Em 1991 e pelos mesmos motivos é encerrada a escola da sede da freguesia. (4)
Hoje, as crianças frequentam a Escola Básica Integrada de Martim Longo.
Leia este tema completo a partir de 14/03/2011
O Administrador do Concelho, em 1845, transmite à Câmara, reunida em Sessão no dia 14 de Setembro, o manifesto e grande vontade que os habitantes da aldeia de Giões lhe transmitiram de mandar ensinar seus filhos, mas que sendo pobres na sua maioria, lhes faltavam os meios para pagarem ao mestre. Se a escola fosse do Estado e não tivessem de pagar, de boa vontade mandariam os filhos aprender a ler e a escrever.
Alvitrava por isso o Administrador que fosse pedida a «Sua Magestade humma Escola Régia» para aquela aldeia que tinha a população restante da freguesia a pequena distância. Aprovada a sugestão da Câmara, logo foi redigida a petição e enviada ao Governador Civil.
Parece não ter dado os resultados desejados pois a Junta de Paróquia em 20 de Agosto de 1854, pressionada pelos seus habitantes, volta a insistir no sentido de ser criada uma escola de ensino primário para aquela aldeia.
Em sessão camarária de 1 de Janeiro do ano seguinte «...foi lida e assinada a representação que a Câmara em sessão de 20 de Agosto último deliberou se dirigisse a Sua Magestade pedindo o estabelecimento de humma Escola Régia na aldeia de Giões».
Desta vez sim, os gionenses viram satisfeitas as suas aspirações e no Diário do Governo nº 92, de 20 de Abril de 1855, pode ler-se o seguinte:- Atendendo ao que me representou a Câmara Municipal de Alcoutim sobre a necessidade de ser criada uma cadeira de ensino primário na aldeia de Giões, daquele concelho; considerando quanto importa promover e difundir a instrução primária em um concelho, onde existem povoações distantes e separadas por serranias. Hei por bem, em Nome d’El -Rei, criar uma cadeira de ensino primário, primeiro grau, na aldeia de Giões. - Paço das Necessidades, em 7 de Março de 1855.
Estávamos no reinado de D. Pedro V com regência de seu pai, D. Fernando.
[Escola desactivada de Alcaria Alta]
A escola começou por funcionar em casa do prof. Joaquim Pedro Teixeira, mas como o número de alunos cresceu consideravelmente, passou em 1864 para a «casa da Fábrica destinada à residência do sacristão,» funções que o mesmo professor acumulava. A casa tinha 6,86 m de comprimento, 3,47 de largura e 2,30 de altura, sendo frequentada por vinte e dois alunos.
Na sessão da Câmara de 11 de Agosto de 1883 é deliberado, por ser de grande utilidade pública, pedir a criação de uma escola de sexo feminino para esta aldeia. Entretanto, o vereador da Câmara, António Joaquim Teixeira, é nomeado professor interino em Giões.
Em 1887 a Câmara insiste na criação da escola feminina mas os gionenses só vêem esta sua aspiração concretizada após a implantação da República. Na sessão camarária de 13 de Março de 1911 é deliberado criar uma Escola feminina em Giões, onde havia, segundo o recenseamento, 67 crianças do sexo feminino.
[Antiga Escola de Farelos]
Em 1929 a escola masculina funcionava numa casa de João Gomes Delgado a quem a Câmara pagava a renda anual de 48$00.(1)
Na vigência do Estado Novo foi pedida a criação de dois postos escolares (1934), um em Alcaria Alta (2) e outro em Clarines/Farelos (3), mais tarde transformados em escolas, sendo mesmo construídos edifícios para o efeito, isto na década de sessenta.
A escola de Farelos encerrou por falta de alunos em 1988 e o mesmo já tinha acontecido à de Alcaria Alta.
As poucas crianças existentes passaram a ter escola na sede de freguesia onde se havia construído um edifício, presumo que na década de sessenta.
Em 1991 e pelos mesmos motivos é encerrada a escola da sede da freguesia. (4)
Hoje, as crianças frequentam a Escola Básica Integrada de Martim Longo.
Leia este tema completo a partir de 14/03/2011
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