domingo, 20 de março de 2011

Prosa de Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz. - Entre a Terra e o Olimpo: a milenar fogueira das vaidades!  

Prosa de Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz. - Entre a Terra e o Olimpo: a milenar fogueira das vaidades!

Entre a Terra e o Olimpo: a milenar fogueira das vaidades!


Em determinadas conjunturas, ninguém deseja «perder» nada! E, a situação agrava-se, quando o tema é a intelectualidade. Por este caminho ocorre o desregramento das paixões humanas. Um breve olhar sobre a humanidade de ontem e de hoje, demonstra que o meio social, no qual ocorre a maior falta de ética e demonstração de inveja é o que abriga a vaidade intelectual. Nada é pior, ao detentor desta vaidade, do que se sentir «ameaçado» pela opulência mental do seu opositor.

Historicamente, Caim matou Abel por ciúmes. Por ostentação, mesmo possuindo diversas mulheres, Davi cobiçou e cometeu adultério com Bate - Seba esposa de Urias, enviando-o para ser morto em combate na guerra. Assassínios. Cicutas. Fogueiras. Decapitações. Guerras se travaram. Sabe-se que, através do tempo e do espaço, o mundo vive mais em guerra do que em paz e, praticamente, todas, decorrentes dos delírios insinuados pela vaidade humana. Triste, mas verdadeiro.

A vaidade pelo saber ignora e despreza, oprime e humilha o diferente, hoje traduzido como minoria. É a mais desprezível das vaidades. Eleva o ser humano às grandes alturas da sua (in)competência, mas, inexorável, lança-o à espurca prisão de onde veio: seu próprio interior. O vaidoso desta estirpe sucumbe frente ao primeiro golpe fatal. Padece de inveja, o mais conhecido vício da Humanidade. Não lhe existe salvação, nem mesmo o direito a um último apelo: apenas, apodrece e morre. Envenena-se, inevitavelmente, à própria picada.

Sobre o tema, Mário Quintana alerta, de forma assustosa: «A modéstia é a vaidade escondida atrás da porta.» Por tal razão, é prudente resguardar-se quanto aqueles que se anunciam humildes, passivos e omissos, para viverem melhor; e, da mesma forma, quanto aos que permanecem «sobre o muro», para amealhar discípulos frágeis, com a intenção de manipulá-los a seu favor. Não sem razão, Machado de Assis anunciava a vaidade como o princípio da corrupção. Nas palavras de Francis Bacon: «Os vaidosos são os joguetes desprezados dos homens sábios e discretos, o objeto de admiração dos tolos, os ídolos dos parasitas e os escravos de sua própria vaidade.»

Para evitar o exercício do poder arbitrário através de líderes doentios, quando se convive num grupo humano, a mudança de paradigmas exige explicação consistente. O estabelecimento de regras pré-determinadas, que estabeleçam, com base no consenso, o âmbito da liberdade de cada ser atuante, também contribui, em muito, para o bem estar do homem na sociedade. Caso contrário, corre-se o risco de uma convulsão social. Neste estágio, perde o grupo e perde a sociedade, como um todo, porque poderia usufruir do bem em desenvolvimento. A individualidade é coisa do passado... e muito distante mesmo!!!

No mundo contemporâneo, urge o diálogo. Nada deve ser imposto sem explicação. Neste sentido, a Arte da Argumentação fascina! Existem estudos científicos e literários a respeito. E é preciso estudar muito, para depois colocar em prática o que se aprendeu. Não obstante, o mais difícil parece ser a mudança de posicionamento, quando se percebe o erro! Pedir desculpas não dói, não mata! Mas, aos que ostentam a vaidade intelectual, é sofrimento pior do que ser vitimado por um cancro.

Leia este tema completo a partir de 21/03/2011

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