COLUNA UM - Daniel Teixeira - O Carnaval é todos os dias
Quando se trata do Natal, do dia da Mulher, dos dias comemorativos quase todos costuma-se dizer que, por exemplo: «Natal é todos os dias» ou que devia ser todos os dias. Ora o Carnaval dentro destas efemérides todas que possam referir-se é de facto todos os dias mas estranhamente todos nós gostaríamos que não o fosse.
Sabe bem, de facto, a carnavalesca catarse periodizada, em que se «goza» com as carantonhas normalmente dos políticos, se atiram «rebuçados» (antes eram saquinhos cheios de areia) contra as suas melhor ou pior alteradas efígies e sabe bem este sabor a circo lembrando o romano «panis et circenses».
Não é que tenha alguma coisa contra a folia popular mas quando vejo e sei que se sabe da quantidade de desgraças que vão acontecendo praticamente todos os dias penso ter o direito de perguntar, ingenuamente, se a inépcia diária para resolver situações não pode parecer ou ser um «circo» ou um autêntico e não periodizado Carnaval.
Também defendo que um pouco de distracção é sempre salutar, que esta proporciona um mergulho numa sempre evasiva realidade inexistente e que via disso é temporariamente esquecida a agrura da vida e que tudo funciona para que se sinta isso como estando-se em presença de um psicológico refugio regenerador de forças e carregador de baterias para os dias ou meses que se seguem. Defendo...mas fico por aí...
Não pretendo criticar ao ponto de referir o tão impopular aspecto «ópio do povo» especulativamente referido por Marx ao falar da religião, mas, em certo sentido, e por aquilo que me chega em termos de informação (e algumas coisas encontram-se descritas neste jornal no espaço «especial carnaval») há quem não faça outra coisa na vida senão trabalhar para o Carnaval numa especialização que nos tempos modernos, sendo lógica, acaba, mais tarde ou mais cedo, por fazer com que o popular Carnaval deixe de o ser e passe a ser, como já é em grande parte, um espectáculo com «especialistas» que actuam ou organizam de dada maneira de um lado da barricada e os figurantes e os espectadores do outro lado da barreira carnavalesca.
Leia este tema completo a partir de 07/03/2011
Quando se trata do Natal, do dia da Mulher, dos dias comemorativos quase todos costuma-se dizer que, por exemplo: «Natal é todos os dias» ou que devia ser todos os dias. Ora o Carnaval dentro destas efemérides todas que possam referir-se é de facto todos os dias mas estranhamente todos nós gostaríamos que não o fosse.
Sabe bem, de facto, a carnavalesca catarse periodizada, em que se «goza» com as carantonhas normalmente dos políticos, se atiram «rebuçados» (antes eram saquinhos cheios de areia) contra as suas melhor ou pior alteradas efígies e sabe bem este sabor a circo lembrando o romano «panis et circenses».
Não é que tenha alguma coisa contra a folia popular mas quando vejo e sei que se sabe da quantidade de desgraças que vão acontecendo praticamente todos os dias penso ter o direito de perguntar, ingenuamente, se a inépcia diária para resolver situações não pode parecer ou ser um «circo» ou um autêntico e não periodizado Carnaval.
Também defendo que um pouco de distracção é sempre salutar, que esta proporciona um mergulho numa sempre evasiva realidade inexistente e que via disso é temporariamente esquecida a agrura da vida e que tudo funciona para que se sinta isso como estando-se em presença de um psicológico refugio regenerador de forças e carregador de baterias para os dias ou meses que se seguem. Defendo...mas fico por aí...
Não pretendo criticar ao ponto de referir o tão impopular aspecto «ópio do povo» especulativamente referido por Marx ao falar da religião, mas, em certo sentido, e por aquilo que me chega em termos de informação (e algumas coisas encontram-se descritas neste jornal no espaço «especial carnaval») há quem não faça outra coisa na vida senão trabalhar para o Carnaval numa especialização que nos tempos modernos, sendo lógica, acaba, mais tarde ou mais cedo, por fazer com que o popular Carnaval deixe de o ser e passe a ser, como já é em grande parte, um espectáculo com «especialistas» que actuam ou organizam de dada maneira de um lado da barricada e os figurantes e os espectadores do outro lado da barreira carnavalesca.
Leia este tema completo a partir de 07/03/2011
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