sábado, 26 de março de 2011

Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações V - Por Daniel Teixeira - Alcoutim a crença e a realidade

Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações V - Por Daniel Teixeira - Alcoutim a crença e a realidade

Saber se Alcoutim como Concelho desaparece ou continua eis a questão.


O amigo José Varzeano na sua última introdução ao meu texto aqui publicado em número anterior (ver aqui no Raizonline e aqui no Alcoutim Livre) não me pareceu muito crente na possibilidade de Alcoutim vir a ser uma «mera» Freguesia (como referi - do Concelho de Castro Marim) o que aliás se compreende e se aceita. Para mim, embora tenha tido oportunidade de ler alguns estudos - não sobre este aspecto em concreto, note-se - mas porque por razões relacionadas com a comunicação social regional que frequentava na altura tive de me «bater» com longos textos e estudos na então CCR para além de outros obtidos por altura de eleições junto do STAPE, tenho no entanto uma outra perspectiva.

Não tive muito tempo para procurar textos de apoio sobre esta temática, até porque me convinha recomeçar esses estudos de novo e não aproveitar senão em termos comparativos aqueles que obtive há cerca de 10 anos, mas lembro-me bem que um dos fenómenos que eu analisei, nessa altura, foi o que chamei de «factor refluxo».

Este factor (que deve ter um outro termo técnico mais apropriado) referia-se à saturação dos centros urbanos mais atractivos e por um regresso populacional para uma periferia que na altura situei num raio de 15 Kms do centro embora esse «refluxo» não tivesse como actores os mesmos que dessa periferia migraram.

O fenómeno é quase lógico e visível a olho nu - quer dizer sem estudo. O próprio José Varzeano refere que Castro Marim (Concelho) está a servir de dormitório de Vila Real de Sto António (Concelho), o que se coaduna com aquilo que refiro acima, sendo esse um dos primeiros passos para uma fixação mais efectiva. Os números que obtive na altura abrangiam um universo estatístico de cerca de 20 anos e eram sobretudo notáveis no Barlavento Algarvio e nos centros turísticos em geral (Barlavento e Sotavento).

O Concelho de Vila Real de Sto António tem uma concentração populacional grande na relação com o seu espaço físico e o Concelho de Castro Marim tem um espaço territorial relativamente elevado (tal como o Concelho de Alcoutim) na sua relação com a população.

Como se sabe - e espero não levantar polémicas desnecessárias naquilo que considero ser uma questão que é sempre polémica e que mete muito amor à camisola - a Vila Pombalina viveu desde a sua fundação pelo Marquês de Pombal por razões fiscais relacionadas com a pesca (as cabanas dos pescadores de Monte Gordo foram simplesmente mandadas queimar pelo Marquês), em seguida as conservas e posteriormente com o minério da Mina de S. Domingos também: uma actividade está acabada (a mina) e as outras atravessam as ruas da amargura.

Para o primeiro plano (o da mina de S. Domingos) a ligação com Alcoutim era lógica e feita com base na via fluvial (Rio Guadiana). Ora essas ligações obtidas em termos administrativos em função dos portos (cais de embarque) perde relevância nos tempos modernos, não só pelo seu deperecimento natural em termos de importância como também pela criação de vias terrestres alternativas.

Leia este tema completo a partir de 28/03/2011

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