domingo, 3 de outubro de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O que faz correr os políticos?

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O que faz correr os políticos?

O que faz correr os políticos?

Bem, o que faz quanto a mim correr os políticos para a política é o facto de politicamente se adquirir um posto, uma patente, se deter um poder mesmo ínfimo e dividido entre a hierarquia toda em partes não forçosamente iguais.

Brevemente nos tempos aquele utópico servidor público de que Herculano falava e que nunca existiu senão nas suas palavras é acrescentado de alguma fome (normalmente muita) de afirmação.

No fundo seria uma pessoa normal, acrescentada de todas as necessidades que a sociedade de consumo faculta: um automóvel, uma vivenda, um relógio de ouro e toda a panóplia que se pode ir escorrendo desta coisa que todos nós fomos construindo ou deixando construir ao longo dos tempos.

Os nossos avós e bisavós bem nos diziam aquelas coisas ponderadas que na sua grande parte eles já não seguiam mas nós lá íamos naquela de acreditar piamente que o «faz aquilo que eu digo e não olhes muito àquilo que eu faço» era nesse tempo uma verdade. Não sabíamos era que ela estava em vias de extinção...

Os políticos são gerentes sociais (políticos) quer dizer gerem politicamente a sociedade de acordo com o grau que cada um alcança nestes nossos sistemas políticos normalmente chamados de democráticos. Na sua grande parte são contabilistas, estatísticos, mecânicos, faz tudo e biscateiros.

Força das circunstâncias modernas arranjam uma licenciatura, pelo menos, um mestrado mais raramente, um doutoramento ainda mais raramente mas também na sua grande parte não lhes serve de nada nem para nada. Ainda aí funciona o título, o estatuto, a patente, a virtualidade sem substância, sem nada por detrás.

Em termos sociais o espaço de gerência política cada vez se restringe mais: hoje o político pouco mais tem que os dinheiros dos contribuintes para o ajudar na sua afirmação pessoal mas mesmo esse dinheiro está de tal forma controlado pelos sistemas que para conseguirem fazer alguma coisa de diferente e eminentemente seu com ele têm de entrar na sempre perigosa via do crime...que por norma não compensa.

Neste caso e partindo destes princípios porque razão o pessoal todo (ou quase todo) acha que ir votar, eleger esses senhores (que não têm qualquer valor transcendente) é um «dever», uma indiscutível e obrigatória função a cumprir escrupulosamente e periodicamente?!
Bem, as coisas em termos sociais caminham lentamente, as ideias levam o seu tempo a cimentarem-se, ou pelo menos não têm aquele ritmo que satisfaça os mais apressados: para uma sociedade - humana neste caso - 100 anos são para aí 10 dias, o que poderá parecer desesperante para quem tem já planos feitos para si e para os seus filhos e netos.

Leia este tema completo a partir de 04/10/2010

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