domingo, 10 de outubro de 2010

Poesia e prosa poética de Ilona Bastos - ECOS (Poema); PROSA (Poética)

Poesia e prosa poética de Ilona Bastos - ECOS (Poema); PROSA (Poética)

ECOS

Mesmo que aos ouvidos
me não cheguem,
os ecos existem, eu sei.
Largados no espaço, talvez.
Aos meus anseios, eu sinto,
uma voz responde,
inaudível mas forte,
ao longe criada, difundida
pelos confins do Universo.

Mas como encontrá-la,
se aos meus ouvidos não soa,
ao meu olhar não aporta,
em meus dedos não se aninha
essa voz, eco de vida e amor?
Só, à margem dos sentidos,


Prosa (Poética)


E difícil, sim, prosseguir esta caminhada solitária em que não existe resposta aos nossos apelos. Como o conseguimos antes? Levados por um impulso inicial, que nada parecia deter ou refrear. Não contava, então, o silêncio que perseguia as nossas palavras. Nem o eco, por vezes perturbante, das releituras insistentes que fazíamos, esperançados de encontrar a resposta na própria pergunta formulada.

Depois, não sei porquê, tudo se tornou diferente. Onde dantes se avistava um campo fértil - em que uma nova planta sempre se destacava, do solo surgida -, nasceu um deserto com as suas dunas, apenas interrompido por súbitos e tristes oásis, que mais faziam sobressair a desolação em redor.

Agora, lendo outrem que do mesmo modo esmoreceu, se apagou e deixou simplesmente um antigo rasto no ciberespaço, senti-me compreendida e acompanhada neste caminho solitário que ambas percorremos, cada uma por si, inicialmente inspiradas e felizes, mais tarde desiludidas e murchas, como a flor que brilhou ao sol e encantou, mas finalmente viu perdido o seu fulgor e se escondeu entre as páginas fechadas de um livro que ninguém lê.

Leia este tema completo a partir de 11/10/2010

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