DIOGUINHO, O HOMEM TERROR - Por António Carlos Affonso dos Santos - Acas
Em 1960, o poeta e cordelista nordestino Antônio Teodoro dos Santos, publicou um cordel com o título: «O Encontro de Lampião com Dioguinho», de onde retirei a trova:
-...E o tal Rocha Figueira
Que se chama Dioguinho,
Lá na região do sul,
No distrito de Cravinhos,
Fez a polícia correr,
Sem «acertar o caminho»...
Tal como antigos semideuses da mitologia greco-romana, coexiste uma infinidade de versões sobre a vida e a morte de Dioguinho, «o homem terror». Dioguinho foi o maior bandido de todos os tempos na região da Alta Mogiana, interior de São Paulo, que basicamente fica circunscrita à região de influência de Ribeirão Preto.
Em 1960, o poeta e cordelista nordestino Antônio Teodoro dos Santos, publicou um cordel com o título: «O Encontro de Lampião com Dioguinho», de onde retirei a trova:
-...E o tal Rocha Figueira
Que se chama Dioguinho,
Lá na região do sul,
No distrito de Cravinhos,
Fez a polícia correr,
Sem «acertar o caminho»...
Tal como antigos semideuses da mitologia greco-romana, coexiste uma infinidade de versões sobre a vida e a morte de Dioguinho, «o homem terror». Dioguinho foi o maior bandido de todos os tempos na região da Alta Mogiana, interior de São Paulo, que basicamente fica circunscrita à região de influência de Ribeirão Preto.
O bandido Dioguinho, ou Diogo da Rocha Ferreira, nasceu em Botucatu (SP), em 09 de outubro de 1863 e morreu (ou desapareceu) em terras da Fazenda Tatuca, à época fazendo parte do município de Jataí (SP), hoje cidade de Luis Antônio (SP), região de influência de Ribeirão Preto; em 01 de maio de 1897; portanto faleceu com apenas 34 anos de idade! E como deixou estórias!!!!!
Passaram-se 113 anos e até hoje só o fato de falar nele, provoca arrepios de quem vive na região onde ele atuava. Dioguinho era filho de um comerciante e de uma dona de casa, embora eu tenha encontrado um sem-número de registros, onde se dizia ser ele filho de um rico fazendeiro. Pelo que concluí, não passam de balelas!
Dioguinho, que era agrimensor (ver N. A.), trabalhou também, entre outras, nas regiões de Cravinhos e São Simão. Foi casado e morou por uns tempos em Vila Mato Grosso de Batatais, hoje Altinópolis (SP), onde ele tinha amigos e protetores. No entanto vivia uma vida nômade, por ser um peregrino fugitivo.
Ele trabalhava em levantamentos topográficos nos lugares onde estavam sendo construídas, à época, as primeiras linhas de trens no interior de São Paulo e de Minas Gerais. Por este motivo há referência de sua presença em São Sebastião do Paraíso e Uberlândia (ambas em Minas Gerais), assim como em Sorocaba, Itu e Porto Feliz (SP), lugares muito longe da sua área de atuação como bandido.
Ao que parece, ele ficava trabalhando longe da Alta Mogiana (região de Ribeirão Preto), mas quando era chamado (por carta), ele ia e fazia o serviço e voltava a trabalhar. As várias indicações de que ele era também um «Oficial de Justiça», não parece ser verdadeira, porém um topógrafo; ainda que protegido por fazendeiros influentes (alguns eram políticos), não teria condições de contratar um advogado para defendê-lo. Ainda mais um advogado com o prestígio e a estatura de um Ruy Barbosa; somente uma grande influência entre magistrados abalariam Ruy de sair da Bahia ou do Rio de Janeiro, para defender um bandido em São Paulo. Por isso, é bem provável que algum juiz o tenha usado nesse mister, uma ou outra vez.
Ele jamais foi esquecido: até autores de música sertaneja, como o Ado Benatti (e seu superego «Zé do Mato»); autor entre outras, das músicas: «Bom Jesus de Pirapora» e «Transporte de Boiada»; publicou dois livros falando sobre o célebre facínora da região da Alta Mogiana: «Os Crimes do Dioguinho» e «A Morte do Dioguinho».
Leia este tema completo a partir de 31/1/2011
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