COLUNA UM - Daniel Teixeira - Porque é que as coisas são complicadas, por vezes?
Não tenho, como será facilmente aceitável, uma resposta única para esta questão tão diversa mas tenho a minha, ou seja, tenho aquela que é a minha hoje e que poderá ser diferente daquela que darei amanhã sem que isso implique incoerência minha.
Para diferentes situações existem diversas soluções ou respostas e a nossa própria forma de ver, de analisar, de dissecar, de calcular, neste momento pode não ser a mesma que daqui a dez minutos, mesmo. Basta que os elementos em análise sejam diferentes num instante e noutro. Existe, contudo, para tranquilizar, um tronco comum que é a nossa própria forma de pensar que faz ou pelo menos tenta analisar coisas diferentes numa mesma sintetização coerente ou que seja pelo menos uma sintetização não - incoerente: a alergia à contradição absoluta (ou simplesmente forte) faz parte do pensar humano.
A estranheza, tão querida na arte, seja ela a literatura ou outro tipo dela, outra disciplina, é quase sempre ou sempre uma meia - estranheza: temos sempre de ter um fio condutor que ligue aquilo com que somos confrontados com aquilo que já absorvemos ou guardamos na nossa mente (formação ou conformação).
Assim e dita esta introdução, que serve pelo menos para dar coerência ao restante do texto, e respondendo à pergunta explicitada no título, as coisas são complicadas quando a nossa capacidade de assimilação do estranho é insuficiente para «ensacar» a realidade proporcionada por aquilo que nos é estranho. Enfim...pelo menos este é um caso em que as coisas se tornam complicadas para nós.
O nosso amigo António Cambeta, que tem a grande vantagem para nós de encontrar nas suas viagens pela Net algumas vezes o inusitado, partindo talvez da sua cultura já mesclada por traços de orientalismo (vive em Macau e na Tailândia há muitos anos como se sabe) descobriu (utilizando até fontes bem ocidentais, nomeadamente do Brasil) que havia pessoas que se casavam consigo mesmas. (Ver artigo do Cambeta).
Aqui há duas explicações a fazer por mim: primeiro fazer reparar que eu acho normal que o Cambeta, habituado ao que nós consideramos inusitado (o oriental = diferente) encontre na Net aquilo que outras pessoas (não viventes no oriente) podem não encontrar...segundo, dizer que o que ele acha estranho seria (e é) estranho em qualquer parte do mundo e pode ser encontrado por qualquer outra pessoa (vivendo no oriente ou não). Aliás a fontes de informação dele para este caso vêm maioritariamente do Brasil...
Portanto, onde está a complicação aqui? Da minha parte eu complico porque na verdade embora a noticia me interesse (que alegadamente há pessoas que se casam consigo mesmas) acho que não a encontraria porque não me calharia pelo meu caminho, pelo meu percurso netistico.
Depois acrescento uma justificação desde logo: o Cambeta vive no Oriente logo é mais receptivo ao encontro da estranheza. Sim, mas dando a volta a este «prego» também podia partir do princípio que ele estando de tal forma habituado àquilo que nós achamos estranho que, via disto, até seria normal que ele não desse importância a coisas assim. Mas dá !!
Leia este tema completo a partir de 10/1/2011
Não tenho, como será facilmente aceitável, uma resposta única para esta questão tão diversa mas tenho a minha, ou seja, tenho aquela que é a minha hoje e que poderá ser diferente daquela que darei amanhã sem que isso implique incoerência minha.
Para diferentes situações existem diversas soluções ou respostas e a nossa própria forma de ver, de analisar, de dissecar, de calcular, neste momento pode não ser a mesma que daqui a dez minutos, mesmo. Basta que os elementos em análise sejam diferentes num instante e noutro. Existe, contudo, para tranquilizar, um tronco comum que é a nossa própria forma de pensar que faz ou pelo menos tenta analisar coisas diferentes numa mesma sintetização coerente ou que seja pelo menos uma sintetização não - incoerente: a alergia à contradição absoluta (ou simplesmente forte) faz parte do pensar humano.
A estranheza, tão querida na arte, seja ela a literatura ou outro tipo dela, outra disciplina, é quase sempre ou sempre uma meia - estranheza: temos sempre de ter um fio condutor que ligue aquilo com que somos confrontados com aquilo que já absorvemos ou guardamos na nossa mente (formação ou conformação).
Assim e dita esta introdução, que serve pelo menos para dar coerência ao restante do texto, e respondendo à pergunta explicitada no título, as coisas são complicadas quando a nossa capacidade de assimilação do estranho é insuficiente para «ensacar» a realidade proporcionada por aquilo que nos é estranho. Enfim...pelo menos este é um caso em que as coisas se tornam complicadas para nós.
O nosso amigo António Cambeta, que tem a grande vantagem para nós de encontrar nas suas viagens pela Net algumas vezes o inusitado, partindo talvez da sua cultura já mesclada por traços de orientalismo (vive em Macau e na Tailândia há muitos anos como se sabe) descobriu (utilizando até fontes bem ocidentais, nomeadamente do Brasil) que havia pessoas que se casavam consigo mesmas. (Ver artigo do Cambeta).
Aqui há duas explicações a fazer por mim: primeiro fazer reparar que eu acho normal que o Cambeta, habituado ao que nós consideramos inusitado (o oriental = diferente) encontre na Net aquilo que outras pessoas (não viventes no oriente) podem não encontrar...segundo, dizer que o que ele acha estranho seria (e é) estranho em qualquer parte do mundo e pode ser encontrado por qualquer outra pessoa (vivendo no oriente ou não). Aliás a fontes de informação dele para este caso vêm maioritariamente do Brasil...
Portanto, onde está a complicação aqui? Da minha parte eu complico porque na verdade embora a noticia me interesse (que alegadamente há pessoas que se casam consigo mesmas) acho que não a encontraria porque não me calharia pelo meu caminho, pelo meu percurso netistico.
Depois acrescento uma justificação desde logo: o Cambeta vive no Oriente logo é mais receptivo ao encontro da estranheza. Sim, mas dando a volta a este «prego» também podia partir do princípio que ele estando de tal forma habituado àquilo que nós achamos estranho que, via disto, até seria normal que ele não desse importância a coisas assim. Mas dá !!
Leia este tema completo a partir de 10/1/2011
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