segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Poesia de Sylvia Beirute - BUENOS AIRES; HIERARQUIA

Poesia de Sylvia Beirute - BUENOS AIRES; HIERARQUIA


BUENOS AIRES


não haverá vontades ou actos linguísticos,

nem contrários ou anti-contrários.

nenhum ilhado de nuvens brancas

sobrevoará a cidade hermética

do meu lunfardo.

tão-pouco haverá um orgulho cómico

ou uma atmosfera

em linha recta no mapeamento absoluto

dos meus olhos.

neste instante, nem piazzolla gerará

inflamações num «volte sempre»


HIERARQUIA


o acto de perguntar é uma confiança expectante,

a veterania de um exemplo acaba por matá-lo,

mas pouco disto é essencial para já:

na poesia, enquanto dilúvio da existência, as

influências do poeta são as veias do seu poema homicida,

veias que carregam químicos dispostos livremente

no corpo, mudando de lugar,

subindo aos olhos que lêem e que tentam

colonizar hemorragias

nos ouvidos puramente visuais.

mas haverá sempre alguém na audiência

que pergunta,


Leia este tema completo a partir de 4/1/2011

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