sábado, 15 de janeiro de 2011

Crónicas de Haroldo P. Barboza - FGTS boiando nas enchentes.; Absurdo, terrível e apavorante.

Crónicas de Haroldo P. Barboza - FGTS boiando nas enchentes.; Absurdo, terrível e apavorante.

FGTS boiando nas enchentes.

No meio do caos que eclode na região serrana do Rio em janeiro de 2011 devido às chuvas torrenciais, surge um grande helicóptero com membros do governo anunciando ajuda aos desabrigados.
Entre estas, a liberação do FGTS para os afetados.
Típica declaração de efeito para aparecer na imprensa.
Dentro de 3 meses, quando as pessoas estiverem recuperadas do susto gigantesco que ora se abate sobre a população indefesa, terão enormes dificuldades para sacar tal valor pois a «burrocracia» cobrará os documentos que foram levados pela enxurrada.

A ação mais imediata que se esperava das autoridades neste momento era a ajuda com o básico. Um veículo com capacidade para 20 pessoas carregando ministros com caros ternos para se exibirem diante da TV, bem que poderia ser mais útil se estivesse transportando 500 litros de água, 500 kg de pães e cobertores.
Fora os helicópteros das forças armadas que continuam estacionados nas suas unidades após mais de 50 horas após a tragédia que a natureza montou como represália por ser tão maltratada por nós.
Com apoio das autoridades que nada impedem para não perderem os votos.

Absurdo, terrível e apavorante.

Neste início de 2011, certamente 90% de nossos colegas estão fazendo um estudo refinado do orçamento doméstico para saber como enfrentar com galhardia e honestidade as altas cifras (sem retorno adequado) das dívidas de Natal (quem mandou comer bacalhau?), IPTU (da rua sem luz e sem limpeza dos esgotos), IPVA (com estradas esburacadas, sem placas e sem iluminação correta), despesas escolares (taxa de matrícula e material).

Para que os nobres colegas não desgastem seus preciosos neurônios com os valores a serem expostos aqui, podem deixar comigo que coloquei duas pilhas pouco usadas na calculadora.

Um legislador federal (Deputado ou Senador) está nos custando uma fortuna por mês. Apesar de não ter as planilhas à disposição (mesmo maquiadas), vou tentar pela estimativa (não muito longe da verdade).

Salário: R$ 26.000,00.

Verba para «aspones» (que só recebem a metade): R$ 60.000,00.

Auxílios (paletó, moradia, telefone, correio, avião, gasolina, etc): R$ 34.000,00

Total de UM elemento: R$ 120.000,00/mês.

Bando de 594: 594 x 120.000 = R$ 71.280,000,00/mês.

Que recebem 15 por ano (12+13º.+férias+jetom): 15 x 71.280.000= R$ 1.069.200.000,00/ano.

Em relação à estrutura (energia+limpeza+funcionários+material de escritório+material de informática+móveis+tapetes+quadros+lanches+etc) podemos estimar em R$ 5.000.000,00/ano.

Então acumulamos neste nível: R$ 1.074.200.000,00

Simplesmente ABSURDO!

Imaginando 27 Estados (a cada 5 anos «nasce» um novo), vamos imaginar em torno de 50% disto para sustentar os «devotados» deste nível.

1.074.200.000,00 + 537.100.000,00 = R$ 1.611.300.000,00.


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