segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Ano Novo Vida Nova

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Ano Novo Vida Nova

Todos os anos novos uma parte grande das pessoas diz isto...Se eventualmente a cada ano cada um fizesse uma vida nova teríamos breve de chegar à conclusão de que não há assim tantas vidas para renovar. Trata-se pois de um quase lugar comum, salvo nos casos em que essa vida nova acontece de facto. Mas...
Porquê escolher o fim do ano e o principio do outro para recomeçar uma vida nova? Pode-se fazer uma vida nova todos os dias, a qualquer dia, a qualquer hora. Não temos ninguém a disparar a pistola na linha de partida no principio do ano nem ninguém à nossa espera com aplausos ou apupos à chegada à meta do fim do ano.

Mesmo que houvesse alguém, uma entidade que se dedicasse a estes trabalhos de aplauso ou crítica, um árbitro nomeado por exemplo, quem nos garante a nós que ele analisaria conforme com a nossa avaliação aquela que foi passada e aquela que vai ser a nossa projectada vida nova?

A vida é nossa, ao fim e ao cabo...dentro dos tais limites que todos reconhecem somos donos da nossa vida apesar das conotações anarquistas que foram dadas a este termo: ser mestre de si mesmo (mâitre) é pelo menos não ser servo de ninguém e mesmo que se seja servo de facto há sempre a escapatória de sermos livres no pensamento (que é livre como o vento e etc.).

A psique humana nunca fica por baixo salvo quando gosta mesmo de andar por baixo mas mesmo esse andar por baixo é uma escolha pelo menos relativamente soberana o que em conclusão nos coloca nestes casos na posição de ficar por cima: quer dizer estamos por baixo porque queremos logo estamos por cima. As voltas são imensas e todas elas vão dar a Roma.

Todos desejamos as melhores felicidades no novo ano que se aproxima, de preferência maiores do que aquelas felicidades que foram obtidas no ano transacto: mas como todos sabemos existe também um plafond máximo para a felicidade: isso, essa coisa da felicidade, para além de ser um factor intersubjectivo, tem também uma necessidade de se aferir com a desgraça: quer dizer só se é feliz, neste campo comparativo, porque sabemos de outros que são menos ou mais felizes que nós...mas isso existe!? Quer dizer...a felicidade conveniente ou bastante existe?!

Leia este tema completo a partir de 4/1/2011

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