Coluna de Cecilio Elias Netto - Minhocas municipais
Minhocas municipais
Nunca me importei com minhocas. Nem para pescarias, pois pescador nunca fui, sem capacidade de compreender a paciência, a paixão dos que ficam aguardando a fisgada de um peixe no anzol com minhocas. Para mim, elas eram tipo lesmas, repulsivas, bichinhos desimportantes.
A primeira lição que tive sobre a importância das minhocas foi numa das minhas saudosas noites na casa do inesquecível Eurípedes Malavolta, a sala sempre à meia-luz, os discos e CDs apaixonantes que ele trazia de suas viagens ao exterior, a conversa amena, inteligente, o Malavolta poeta e sensível que apenas amigos privilegiados conheceram. Tenho saudade dele, muita.
A opinião literária de Malavolta me faz falta ainda hoje, pois era ele um dos poucos amigos que liam originais de romances que eu escrevia. Suas sugestões eram pertinentes, sábias e me ajudaram muito.
A casa do Malavolta tinha um belíssimo jardim que eu diria quase selvagem. Muitas árvores, muita sombra. E, no entanto, havia forração que parecia enfrentar a falta de sol. Ele me explicou do que se tratava, pois eu, no meu jardim, passava pelo mesmo problema, um amador que não sabia que grama plantar sob flamboyants e ipês.
Foi quando ele me falou de minhocas. E falou com paixão, mostrando-me a importância delas para a humanidade. Em seu vasto conhecimento científico e com sua erudição extraordinária, Malavolta dissertava sobre minhocas indo buscar elementos a partir de Darwin, insistindo para que eu absorvesse a crucial importância delas para o solo, para a generosidade da própria terra.
Fiquei intrigado. Comecei a ler alguma coisa. Um outro amigo agrônomo, Ângelo Martinez, me deu seu livro, «A grande e poderosa minhoca», que ele escreveu como um manual prático do minhocultor. Fiquei envergonhado de minha ignorância. E as minhocas começaram a ser alvo de minha atenção até que, depois de algum tempo, ganhei uma «Casa de Minhocas».
Leia este tema completo a partir de 04/10/2010
Minhocas municipais
Nunca me importei com minhocas. Nem para pescarias, pois pescador nunca fui, sem capacidade de compreender a paciência, a paixão dos que ficam aguardando a fisgada de um peixe no anzol com minhocas. Para mim, elas eram tipo lesmas, repulsivas, bichinhos desimportantes.
A primeira lição que tive sobre a importância das minhocas foi numa das minhas saudosas noites na casa do inesquecível Eurípedes Malavolta, a sala sempre à meia-luz, os discos e CDs apaixonantes que ele trazia de suas viagens ao exterior, a conversa amena, inteligente, o Malavolta poeta e sensível que apenas amigos privilegiados conheceram. Tenho saudade dele, muita.
A opinião literária de Malavolta me faz falta ainda hoje, pois era ele um dos poucos amigos que liam originais de romances que eu escrevia. Suas sugestões eram pertinentes, sábias e me ajudaram muito.
A casa do Malavolta tinha um belíssimo jardim que eu diria quase selvagem. Muitas árvores, muita sombra. E, no entanto, havia forração que parecia enfrentar a falta de sol. Ele me explicou do que se tratava, pois eu, no meu jardim, passava pelo mesmo problema, um amador que não sabia que grama plantar sob flamboyants e ipês.
Foi quando ele me falou de minhocas. E falou com paixão, mostrando-me a importância delas para a humanidade. Em seu vasto conhecimento científico e com sua erudição extraordinária, Malavolta dissertava sobre minhocas indo buscar elementos a partir de Darwin, insistindo para que eu absorvesse a crucial importância delas para o solo, para a generosidade da própria terra.
Fiquei intrigado. Comecei a ler alguma coisa. Um outro amigo agrônomo, Ângelo Martinez, me deu seu livro, «A grande e poderosa minhoca», que ele escreveu como um manual prático do minhocultor. Fiquei envergonhado de minha ignorância. E as minhocas começaram a ser alvo de minha atenção até que, depois de algum tempo, ganhei uma «Casa de Minhocas».
Leia este tema completo a partir de 04/10/2010
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