Texto sobre Florbela Espanca - Parte IV - FLORBELA E O SAUDOSISMO DAS NAUS - Por Daniel Teixeira
Pequena nota: Devo esclarecer que escrevi há cerca de 3 anos um conjunto de textos correspondendo a cerca de 400/500/600 páginas físicas (livro) não só sobre Florbela Espanca como sobre o saudosismo, o sebastianismo e o messianismo português.
Desses textos, sempre incompletos, tenho vindo a fazer repescagens e correcções, optando por colocar aqui aqueles que mais relacionados estão com o campo da literatura.
FLORBELA E O SAUDOSISMO DAS NAUS
Para demonstrar, de uma forma pouco ortodoxa, reconhecemos, que subjacente ao ideário de Florbela Espanca se pode encontrar mais sobre o sentimento da decadência agregada ao «fado» nacional, resolvemos fazer uma pequena experiência que aqui trazemos em seguida.
A alguns poemas de Florbela que apresentamos em seguida inserimos e substituímos algumas palavras e relacionamos a sua temática com a temática depressivo / utopista das descobertas e da regeneração nacional, via recuperação do Império perdido. Embora nalguns casos tenhamos quebrado a métrica, mantivemos a rima e a estrutura dos sonetos.
Apenas uma experiência, mas levámos muito a sério esta transfiguração.
(Baseado em) Tarde no mar
Florbela Espanca
A tarde é toda de fogo e cada nuvem esbraseia.
O horizonte, esse, é um grosso risco enegrecido.
E aqui, cada vaga revolta sucumbe na areia,
Como se fosse o tremor último de um sino,
Pouso o meu manto de arminho na areia
E lá vou, sem parança, sigo o traço do meu destino!
E o sol, nas casas brancas que incendeia,
Vai desenhando mãos sangrentas de assassino!
São assim as minhas tardes sem descobertas sobre o mar!
Que vai arremessando do céu rolos de velas
Que Apolo se entretém a destroçar...
E, sobre mim, rainha agora sem reino, em gestos balbuciando,
As tuas mãos de marinheiro erguidas e cedo mortas,
São como as asas cansadas do sol, que vão pela tarde agonizando...
Leia este tema completo a partir de 4/1/2011
Pequena nota: Devo esclarecer que escrevi há cerca de 3 anos um conjunto de textos correspondendo a cerca de 400/500/600 páginas físicas (livro) não só sobre Florbela Espanca como sobre o saudosismo, o sebastianismo e o messianismo português.
Desses textos, sempre incompletos, tenho vindo a fazer repescagens e correcções, optando por colocar aqui aqueles que mais relacionados estão com o campo da literatura.
FLORBELA E O SAUDOSISMO DAS NAUS
Para demonstrar, de uma forma pouco ortodoxa, reconhecemos, que subjacente ao ideário de Florbela Espanca se pode encontrar mais sobre o sentimento da decadência agregada ao «fado» nacional, resolvemos fazer uma pequena experiência que aqui trazemos em seguida.
A alguns poemas de Florbela que apresentamos em seguida inserimos e substituímos algumas palavras e relacionamos a sua temática com a temática depressivo / utopista das descobertas e da regeneração nacional, via recuperação do Império perdido. Embora nalguns casos tenhamos quebrado a métrica, mantivemos a rima e a estrutura dos sonetos.
Apenas uma experiência, mas levámos muito a sério esta transfiguração.
(Baseado em) Tarde no mar
Florbela Espanca
A tarde é toda de fogo e cada nuvem esbraseia.
O horizonte, esse, é um grosso risco enegrecido.
E aqui, cada vaga revolta sucumbe na areia,
Como se fosse o tremor último de um sino,
Pouso o meu manto de arminho na areia
E lá vou, sem parança, sigo o traço do meu destino!
E o sol, nas casas brancas que incendeia,
Vai desenhando mãos sangrentas de assassino!
São assim as minhas tardes sem descobertas sobre o mar!
Que vai arremessando do céu rolos de velas
Que Apolo se entretém a destroçar...
E, sobre mim, rainha agora sem reino, em gestos balbuciando,
As tuas mãos de marinheiro erguidas e cedo mortas,
São como as asas cansadas do sol, que vão pela tarde agonizando...
Leia este tema completo a partir de 4/1/2011
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